Intrepidez Para Entrar na Presença de Deus

David Wilkerson

“Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu... aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé” (Hebreus 10: 19-20, 22).

Há dois lados da obra de Cristo no calvário. Um lado é para o benefício do homem, e o outro lado para o benefício de Deus; um beneficia o pecador, enquanto o outro beneficia o Pai.

Estamos bem familiarizados com o benefício do lado humano. A cruz de Cristo nos concedeu perdão para os pecados; recebemos o poder de vitória sobre toda a escravidão, e sobre o domínio do pecado. São nos concedidas misericórdia e graça. E, claro, nos é dada a promessa da vida eterna. A cruz nos deu os meios de escape dos terrores do pecado e do inferno.

Agradeço a Deus por tal benefício da cruz à humanidade, e pela maravilhosa libertação que ela traz. Me alegro por ela ser pregada semana após semana nas igrejas do mundo inteiro.

Mas há ainda outro benefício da cruz, a respeito do qual sabemos muito pouco. E esse é o benefício ao Pai. Veja, entendemos muito pouco a respeito dos deleites do Pai - tornados possíveis pela cruz. É um júbilo que chega a Ele toda vez que recebe um filho pródigo em Sua casa.

Se apenas nos concentramos na cruz em termos de perdão – se este é o fim de toda a nossa pregação – então deixamos passar uma importante verdade que Deus tem em mente para nós acerca da cruz. É necessário expandir a nossa compreensão aqui, e ela tem a ver com o deleite Dele. Esta verdade fornece ao povo de Deus muito mais do que apenas socorro. Ela traz liberdade, descanso, paz e alegria.

Em minha opinião, a maioria dos cristãos aprendeu a chegar com intrepidez diante de Deus para perdão, para suprimento de necessidades, para respostas à oração. Mas lhes falta intrepidez para este aspecto da fé – um aspecto que é igualmente crucial em seu caminhar com o Senhor.

O Senhor tem grande alegria que a cruz tenha concedido a nós um acesso aberto a Ele próprio. Em verdade, o momento mais glorioso da história foi quando o véu do templo se abriu em dois, no dia que Cristo morreu. Naquele momento, a terra tremeu, as rochas se romperam e os túmulos se abriram.

Foi nesse exato momento que o benefício para Deus se abriu. No instante em que o véu do templo – separando o homem da presença santa de Deus – se abriu de cima a baixo, algo incrível aconteceu. A partir daquele momento, não só o homem seria capaz de entrar à presença do Senhor, como também Deus poderia ir ao homem.

Aquele que habitara “densas trevas” não esperou para que chegássemos a Ele, mas veio a nós. O próprio Deus tomou a iniciativa, e o sangue de Cristo removeu todo impedimento. Foi um movimento unilateral da parte do Senhor, daquele tipo em que uma das partes declara, “Chega – vou fazer a paz. Vou derrubar a parede de separação. E vou fazer isso por minha própria iniciativa”.

Antes da cruz não havia acesso a Deus para o público em geral; somente o Sumo Sacerdote podia entrar no Santo dos Santos. Agora a cruz de Jesus nos faz um caminho para entrarmos à presença do Pai. Unicamente por Sua graça, Deus rasgou a parede que nos bloqueava de Sua presença. Agora Ele poderia ir ao homem, para abraçar os Seus pródigos e toda sorte de pecador.

Veja o livramento milagroso de Israel. Quando atravessava sobre terra seca, o povo de Deus via as ondas explodindo sobre seus inimigos atrás. Foi um momento glorioso, e a seguir eles tiveram um poderoso encontro de louvor, com dança, cânticos e ações de graças: “Estamos livres! Deus nos livrou da mão da opressão”.

A história de Israel representa o nosso próprio livramento da escravidão, e da culpa do pecado. Sabemos que Satanás foi derrotado na cruz, e fomos imediatamente libertos de suas garras de ferro. Mas há algo mais no propósito divino em nos salvar e livrar. Veja, Deus nunca quis que Israel acampasse lá no outro lado, vitorioso, do mar Vermelho; o maior propósito Dele era levá-los para fora do Egito, era levá-los para dentro de Canaã, a Sua terra de plenitude. Em resumo, Ele levou-os para fora a fim de pô-los dentro: para dentro do Seu coração, do Seu amor. Ele queria um povo totalmente dependente da Sua misericórdia, graça e amor. E o mesmo se aplica ainda hoje para os Seus.

O primeiro teste de Israel chegou poucos dias depois, e o povo acabou murmurando e se queixando, totalmente insatisfeito. Por quê? Eles haviam conhecido o livramento de Deus, mas não tinham ganhado conhecimento do Seu grande amor por eles.

Eis a chave para esta mensagem: não se pode ter alegria e paz – na verdade, não dá para saber como servir ao Senhor – enquanto não virmos o agrado Dele em nosso livramento... enquanto não virmos a alegria de Seu coração pela comunhão conosco... enquanto não virmos que toda parede foi removida na cruz... enquanto não soubermos que tudo do nosso passado foi julgado e removido. Deus diz, “Quero que você vá em frente, para a plenitude que o aguarda em Minha presença!”.

Multidões de pessoas se rejubilam hoje nos benefícios maravilhosos da cruz. Elas saíram do Egito, e estão do “lado da vitória” em sua provação do mar Vermelho; elas desfrutam da liberdade, e agradecem a Deus continuamente por Ele haver lançado seu opressor no mar. Mas muitos destes mesmos crentes perdem o maior propósito e benefício de Deus para eles. Eles perdem o porquê de o Senhor tê-los levado para fora – que é trazê-los para dentro de Si próprio.

Jesus contou esta parábola, usando-a como ferramenta de ensino para chegar a uma grande verdade. Nessa parábola, vemos claramente o benefício para o homem – mas também vemos o beneficio para Deus. Ou seja, a parábola do filho pródigo não é só sobre o perdão a um perdido; é mais, trata-se do prazer do pai que corre atrás dele.

Você conhece a história. Um jovem tomou a sua parte na herança do pai e a dissipou numa vida desregrada. Acabou sem dinheiro algum, arruinado na saúde e no espírito, e quando chegou ao nível mais baixo decidiu retornar ao pai. As escrituras dizem, “E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou” (Lucas 15:20).

Note que nada impedia o perdão deste pai ao jovem. Não houve nada que este moço teve de fazer – nem mesmo confessar os pecados – porque o pai já havia feito provisão para a reconciliação. Na verdade, tudo aconteceu por iniciativa do pai: ele correu para o filho e o abraçou assim que viu o rapaz chegando pela estrada. A verdade é que o perdão nunca é problema para qualquer pai amoroso. Igualmente, nunca é um problema com nosso Pai celeste quando Ele vê um filho arrependido.

Então perdão simplesmente não é o ponto desta parábola; na verdade, Jesus deixa claro que não era suficiente para este pródigo meramente ser perdoado. O pai não abraçou seu filho só para perdoá-lo e deixá-lo seguir caminho. Não, o pai ansiava mais do que só pela restauração do filho. Ele queria a companhia do filho, a sua presença, a sua comunhão.

Mesmo o pródigo tendo sido perdoado e tendo mais uma vez o favor paterno, ele ainda não estava estabelecido na casa do pai. Só então o pai estaria satisfeito, em plena alegria - quando o filho fosse trazido à sua companhia. Esse é o ponto da parábola.

Aqui a história fica muito interessante. O filho claramente não ficou à vontade com o perdão do pai. É por isso que ele hesitou em entrar na casa do pai. E lhe disse, basicamente, “Se apenas tu soubesses o que já fiz, todas as coisas imundas e ímpias que pratiquei. Pequei contra Deus e contra o teu amor e graça. Eu simplesmente não mereço o teu amor. O senhor tem todo o direito de me excluir”.

Essa era a velha natureza do filho pródigo falando. Dizia, “A coisa não pode ser assim tão fácil para mim. O meu pai me traz abraços e beijos - mas não faz perguntas? Ele simplesmente me aceita de braços abertos? Isso não é justo. Devo muito mais do que posso pagar, mas tenho de tentar”.

Prezado santo, e você? Você se opõe à insistência do seu Pai para você ir à presença Dele? Você pode saber que os seus pecados estão perdoados, mas você está querendo deixar que Ele desfrute da sua companhia? Talvez você seja como o pródigo, lá na estrada, chorando, cheio do pesar piedoso do arrependimento. Como ele, você clama ao Pai dizendo, “Pequei contra os céus, e aos Teus olhos; não sou digno de ser chamado Teu filho” (vide Lucas 15:21).

Isso é realmente arrependimento verdadeiro. Mas tal arrependimento não é completo se você está relutando em entrar à casa do seu Pai. Por que a hesitação? Como o pródigo, você ainda pode estar focado em seus pecados passados.

Porém note como esse pai reage a seu filho. Ele não murmura uma palavra sequer de reprovação. Não há referência a que o filho pródigo fez, não há menção à sua rebeldia, às suas tolices, à sua vida devassa, à falência espiritual. Em verdade, o pai nem toma conhecimento das tentativas do filho em permanecer do lado de fora, indigno. Ele as ignora! Por quê?

Aos olhos do pai, o velho filho morreu; tal filho estava completamente fora de seus pensamentos. Agora, aos olhos do pai, o filho que retornara ao lar era um homem novo. E o seu passado jamais seria novamente trazido. O pai estava dizendo, basicamente, “No tocante a mim, o velho você morreu. Agora, ande comigo como um homem novo. Essa é a avaliação que eu faço de ti. Inexiste necessidade de você andar embaixo de culpa. Não fique falando do seu passado, da sua indignidade. O problema do pecado está resolvido. Agora então, venha com intrepidez à minha presença e participe da minha misericórdia e graça. Eu me agrado de ti!”.

Mas o pródigo não ficou feliz na presença do pai. Ele deve ter pensado, “Não deveria eu ser severamente disciplinado? O que posso fazer para compensar o que fiz? Preciso sentir as consequências, sentir a tua vara me castigando. Tenho de provar que eu mudei”.

Ele tinha um raciocínio de condenação, e isso lhe foi colocado por Satanás. Hoje, a mesma coisa acontece com muitos dos filhos de Deus. O nosso Pai se alegra em nós, nos abraçando com braços amorosos. Contudo, achamos que modéstia e humildade significam dizer a Deus o quanto fomos maus, desenterrando os nossos pecados passados em vez de confiarmos em Suas expressões de amor. E o tempo todo raciocinamos em termos de culpa, “Ele tem de estar zangado comigo. Pequei mais do que os outros”.

O filho pródigo necessitava daquilo que Paulo chama “renovação da mente”. Amo ler estas palavras da parábola: “O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos” (Lucas 15:22-23).

Naquele momento, os servos do pai trouxeram o melhor traje da casa. Eles vestem o filho, e isso representa ele sendo revestido na justiça e retidão de Cristo. Aí o pai põe um anel no dedo de seu menino, significando a sua união com Cristo. Finalmente, ele coloca sandálias nos pés do garoto, representando ele sendo calçado com o evangelho da paz de Cristo. Este amoroso pai estava mostrando ao filho isso, “Fora com estes farrapos da carne, estes trapos de esforço próprio para me agradar. Quero te mostrar como eu te vejo, a avaliação que faço de ti. Você está chegando à minha casa e à minha presença como um novo filho, majestoso e nobre. Você está chegando não como um mendigo ou escravo, mas como meu filho, que me compraz e encanta! Então, entre agora com intrepidez e segurança”.

O mesmo é verdade para nós hoje. Temos de ser renovados em nosso raciocínio sobre como Deus nos recebe em Sua presença. Volto ao versículo do começo desta mensagem: “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu... aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé” (Hebreus 10: 19-20, 22, itálicos meus).

A palavra para “intrepidez” aqui é derivada da raiz que significa “escravo emancipado (libertado, tornado independente)”. Significa não estar mais sob a lei do pecado e da morte, mas sob o domínio da graça. Resumindo, é pelo amor do Pai – unicamente por Sua misericórdia – que somos qualificados para irmos à Sua presença. E cá está a qualificação: “Dando graças ao Pai que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz, e que nos tirou do poder das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Colossenses 1:12-13, itálicos meus).

Simplesmente não podemos nos qualificar a nós mesmos para estarmos aptos à presença de Deus. Podemos orar e ler a Bíblia até desmaiar, podemos prometer o nosso melhor para Deus. Mas nenhuma obra da carne irá nos qualificar para a Sua presença. Não levamos absolutamente nada a Deus que seja digno do Seu agrado. Isso vem unicamente por meio da Sua graça.

Agora o banquete estava sendo preparado para celebrar a volta do pródigo à casa do pai; e o pai anuncia: “É necessário que entremos em casa e nos alegremos”. Amado, o mesmo se aplica a nós hoje: é necessário que cheguemos à presença do Pai, sem culpa ou condenação, e nos alegremos!

A declaração do pai aqui revela o seu deleite pelo filho estar “em casa” de novo, uma casa de amor, paz e alegria. O pai declara basicamente, “Era necessário, para mim, que o meu filho viesse ao meu lar, à minha presença, à minha casa. Este é o meu puro prazer”.

Visualize agora o filho entrando pela soleira da porta daquela casa. Qual é a postura dele ao ir entrando? Ele não pode agradar o pai caso se assente num canto, abatido, repassando seus pecados e se lamentando pelos anos perdidos. Ele não pode ficar sentado diante de uma suprema graça como esta, e ainda estar dominado pelo medo da condenação, da exposição, de ser julgado caso escorregue e peque de novo. Tal atitude iria ferir o coração de seu pai.

As escrituras nos contam o que aconteceu a seguir: “Regozijemo-nos... E começaram a regozijar-se” (Lucas 15:23-24). Quero lhe dizer que uma alegria sem limites irrompeu naquela casa, com canto, dança e celebração. E tudo porque o deleite do Pai estava lá. Aquele moço foi capaz de marchar para lá sem culpa ou condenação, porque ele sabia que o Pai estava em paz com ele.

Eu lhe pergunto: o que pode me fazer rejubilar e alegrar na presença do Pai? O que pode libertar o meu coração na comunhão com Ele? O que pode me libertar para que eu me regozije com o Pai? Não é apenas o conhecimento de que estou seguro... não só que a cruz me deu acesso ao Pai... não só que há uma assistência à minha alma. Antes, é ver, pela fé, o prazer do Senhor em mim! É contemplar o Seu regozijo por mim, ver que Ele está satisfeito comigo. É saber que, aos Seus olhos, não há mácula de pecado em mim, e que Ele me vê digno, um prazer para Ele.

Amado, esse é o verdadeiro ponto no coração desta mensagem. Tem menos a ver com a vinda do filho, e mais com deleite do Pai! Aquele pai estava inteiramente focado em ter a companhia do filho, sua camaradagem, sua unidade com Ele. E assim é conosco: a nossa presença na casa do Pai é a Sua alegria e deleite. Recordo-lhe as palavras do Pai no batismo de Jesus: “Tu és o meu filho amado, em ti me comprazo”. Assim como Deus se compraz em Seu Filho, Ele se compraz em você – porque você está em Seu Filho!

Muitas vezes imagino porque tantos crentes hoje – incluindo os que estão no ministério – estão abatidos e desencorajados. Por que tantos não dispõem de uma alegria verdadeira e de descanso? Estou convencido de que para muitos, é porque eles ficam em apuros se vendo como acham que Deus os vê. Uma paz e alegria duradouras só vêm quando cremos, profundamente, que somos quem Deus diz sermos. E a Sua palavra diz, “Porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus” (Colossenses 3:3).

Imagine quão trágico teria sido – o quão aviltante para o amor do Pai – se o pródigo tivesse entrado alegremente na casa, só para ser derrubado pelos velhos temores: “Isso é bom demais para ser verdade. E se o meu pai mudar de ideia? E se eu cair amanhã?”. Não! Ele tinha de resistir a tais pensamentos. E colocar os olhos no visível prazer que o pai tinha nele naquele exato momento.

Conheço um pastor que recentemente teve queda em um velho vício de drogas. Este homem foi imediatamente cercado por um grupo de “consoladores de Jó”, ministros e presbíteros que insistiam que ele trouxesse à lembrança os detalhes de seu pecado, para que eles pudessem “restaurá-lo”. Quero lhe dizer que esse tipo de coisa nunca promove a obra divina de restauração. Culpa, condenação, obras da carne – nenhuma destas coisas consegue jamais trazer alguém de volta para o amor do Pai.

O fato é que esse pastor já se arrependeu. Ele clamou em angústia, “Pequei contra Deus, contra a minha família, contra a minha igreja”. Já houve consequências. Agora, o que este homem tem de saber é que o Pai está lá para abraçá-lo – beijá-lo, lhe dar boas vindas e dizer, “Me regozijo em você. Você veio à vitória da cruz. Tu és o Meu filho amado, e você está praticando Cristo”.

Como seguidores de Cristo, precisamos ir a Deus em Sua palavra, e aceitar como verdade o que Ele diz que somos. Isso quer dizer que o nosso “velho homem” representa um homem que ainda busca agradar a Deus na carne. Tal homem odeia o pecado, não quer ofender Deus, contudo sua consciência continuamente o leva à culpa. Então ele se compromete a vencer o problema do pecado: “Vou mudar! Vou começar agora a combater este pecado que me assedia, não importa o preço disso. Quero que Deus veja o quanto vou me esforçar”.

Tal homem leva ao Senhor muito suor e lágrimas. Ele ora e jejua para provar a Deus que tem um coração bom. Ele é capaz de resistir ao pecado por dias, e então diz, “Se eu consigo isso um dia, por que não dois? E por que não quatro, uma semana?”. Pelo fim do mês ele está se sentindo bem, convencido que está trabalhando sua liberdade.

Mas aí a sua velha natureza vem à tona, e ele cai, em desespero profundo. E isso reinicia o ciclo de novo. Este homem está sobre uma esteira que nunca para, e da qual não pode sair.

Não! O seu homem carnal foi crucificado junto com Cristo, morto aos olhos de Deus. Em verdade, Paulo diz que o velho homem foi declarado morto na cruz. Jesus levou este velho homem à sepultura com Ele, onde foi deixado morto e esquecido. Tal como o pai do filho pródigo ignorou o “velho homem” em seu filho, o Senhor diz o seguinte em relação ao nosso velho homem: “Não vou reconhecer ou tratar com ele. Há só um homem que reconheço agora, com quem Eu trato. E este é o Meu Filho, Jesus, e todos os que estão Nele pela fé”.

O novo homem é aquele que perdeu a esperança de agradar a Deus por meio de qualquer esforço da carne. Ele morreu para os velhos caminhos da carne. E pela fé, veio a saber que há apenas um caminho para agradar a Deus, um modo de agradá-Lo: Cristo tem de se tornar tudo! Ele sabe que há senão Um a quem o Pai reconhece: Cristo e todos os que estão Nele.

Este novo homem vive unicamente pela fé: “O justo viverá pela fé”. Ele crê na palavra de Deus de modo tão completo, que não se apoia sobre mais nada. Ele encontrou a fonte de tudo em Cristo, que é todo suficiente. E crê no que Deus diz dele: “O seu velho homem morreu, e a sua vida está oculta com Cristo em Deus”. Ele pode não sentir isso, ou compreender isso totalmente, mas ele não vai discutir com a palavra de seu amoroso Pai. Ele aceita isso pela fé, crendo que o Senhor é fiel à Sua palavra.

Agora o Pai está em pleno gozo! E declara, “Este é o Meu Filho amado em quem me comprazo. Você é corpo Dele, e Ele é o seu cabeça. Então me comprazo também em você. Tudo que dei ao Meu Filho dou para você. A plenitude Dele é sua”.

Isso é um retrato da intrepidez para entrar à presença do Pai!